terça-feira, 15 de julho de 2014

VAGÃO J


   Esteve proibido pela censura do Estado Novo este maravilhoso livro.
   Os borralhos são uns ladrõezinhos reles, a pior escória que a terra portuguesa alguma vez produziu. Esta é a história das suas desventuras. Começa numa festa onde o Bogas, gabarolas das façanhas lá por Lisboa, recebe uma lição que tão cedo não esquecerá.  
   O Borralho foi preso. O Chico anda sempre lastimoso com a perna ensanguentada. O Manuel Borralho arrasta a asa a Maria do Termo. A sua mãe, desdentada e velha e desiludida com a vida relata como foi violentada e gerou a filha.
   As ruas da aldeia vão ser ladrilhadas. O Bogas dá ordens mas o sr. João manda mais. Na casa dos Borralhos o petiz quer ir para a escola aprender as primeiras letras. A mãe resiste à ideia mas o professor convence-a e dá a lousa e os livros ao rapaz. Por causa do ladrilhamento das ruas as casas vão ficar sem os balcões. Os aldeões debatem a obra e o professor discute tanbém a bondade do empreendimento. O presidente adverte o douto senhor e acusa-o de desvios ideológicos. O professor garante que não tem ideias politicas. Propõem-se tirar umas fotografias ao chinola para o gozar.
   D. Estefânia precisa de uma criada e Maria Borralho vai trabalhar para ela. A patroa argumenta que a jovem pode ser convertida e entrar nos caminhos da igreja.
   O dr. Soeiro quer que a Maria do Termo cante num rancho em Lisboa. A ti Ana não quer autorizar mas a rapariga vai. O professor anda à procura do aluno que anda a vadiar. O rapaz cai doente e chamam o médico.
   Chega o tio Gorra a casa dos Borralho. Traz prendas para todos. Lá está também o tio Cuco gago. Chove abundantemente O temporal faz prejuízos por toda a aldeia. O Carapanta e o Manuel trolha lamentam-se. O sr. João pergunta ao Borralho se quer fazer uma leira sua abandonada pelo rendeiro e ele aceita. Os Borralhos querem com que o médico acabe com a vida do velho mas este recusa-se. Na vinda embora do consultório o velho doente Chico Borralho suicida-se atirando-se para debaixo duma camionete.
   D. Estefânia quer que o rapaz que estuda siga a carreira eclesiástica e está disposta a pagar-lhe os estudos. A Maria do Termo recusa o Manuel Borralho outra vez. Há subsídios do estado para cobrir os prejuízos do temporal. Há dinheiro que chegue para as obras na aldeia. A recém-nascida filha de Joaquina Borralho berra e a mãe dá-lhe umas palmadas. Eduardinho, o filho de D. Estefânia assedia a Maria mas esta reage resistindo. João Borralho casou com a Do Gornicho. A Maria do Termo regressa derrotada. Morreu a TI Ana.
   A Maria do Termo foi mãe; dizem que o pai é o dr. Soeiro. O Chinola provoca o Manuel Borralho. Este acossado com as piadolas relacionadas com a maternidade de Maria do Termo, atira-se ao pobrezito para se vingar mas é impedido. O professor aprecia o desfile dos aldeões pelas ruas. O Bogas e o Manuel Borralho pegam-se à pancada e ficam ambos muito ensanguentados. A Joaquina vai ver o filho à enfermaria. A Borralho, boa parideira, tem mais um filho encostada na rua e é ajudada por um transeunte. A Maria rouba umas mercearias de casa da patroa. Joaquina Borralho insta a filha a conseguir algo de Eduardinho em troca dos seus favores sexuais. Maria do Termo parte cheia de sonhos. O Manuel Borralho mata o dr. Soeiro e é julgado e preso. Sua mãe vai visita-lo à cadeia. O Chinola quer a Maria do Termo que anda por aí. O Tonho abandona a aldeia de comboio para ir para padre. O Bogas regressa à aldeia. A Maria já não trabalha na casa de D. Estefânia mas juntou-se a Eduardinho, o filho da sua antiga patroa.
   O António vem de férias e vão espera-lo à camioneta. Mas ele já não é o mesmo e tem vergonha da família. O Calhau diz que ainda se há-de casar com Joaquina. O Tonho faz uma asneira e é expulso do seminário. Maria do Termo tem o terceiro filho e torna-se uma mulher de vida. O Manuel Borralho sai da cadeia. Finalmente Maria do Termo, como Joaquina Borralho cansada de parir filhos sem conta, cai-lhe nos braços. Joaquina junta-se com Calhau. O tio Gorra leva os Borralhos de comboio para Lisboa.   

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