quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

PAULA


   Pela pena de Isabel Allende a história da sua família, uma das mais proeminentes famílias do Chile.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

JOÃO VÊNCIO: OS SEUS AMORES

   Mais um do Luandino Vieira.
   João Vêncio aliás Juvêncio Plínio do Amaral aliás Francisco do Espirito Santo «aliás». O tipo que com um puro angolanês enrola o Juiz. O individuo de muitos amores. Amorizade. Amor de homem, amizade de mulher. O Mimi. Nus na praia. As múltiplas paixões do nosso herói desde menino. Maristrela. Os rivais. A criação em língua pela pena de mestre Luandino. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O ANTICRISTO

   Para Nietsche o cristianismo é a causa de toda a decadência humana. O poder é bom e é feliz aquele que o vê crescer. Os padres travam uma luta de morte contra o homem superior que aqui se defende. Só este homem superior é digno de viver e de a si tudo submeter. Mas a evolução da humanidade tem sido feita em sentido inverso. O homem forte, seguro e superior está cada vez mais distante. Uma religião de compaixão não pode gerar este homem superior nem defender os valores essenciais de uma vida digna sendo-lhes mesmo hostil.
   A verdade foi totalmente subvertida por teólogos e Idealistas. Os padres defendem o que é falso. Mesmo na Alemanha a filosofia está corrompida por teólogos e outros clérigos e nem mesmo kant escapa às investidas de Nietsche. O mundo das essências é falso e é um velho astuto aquele que o sustenta.
   Manifesta-se contra Kant e outros idealistas que segundo ele propagam falsidades e os seus postulados são fruto da imaginação. Os teólogos também não possuem qualquer critério de verdade. A filosofia encontra-se corrompida pela religião e padres e filósofos são metidos no mesmo saco. Tem uma fé inabalável na ciência tal como os sus contemporâneos mais esclarecidos e acusa os clérigos cristãos de atropelarem o espírito cientifico. A alma num invólucro mortal é puro engano. Só a matéria conta. O aniquilamento dos sentidos é uma coisa vã e fútil. Deus não aparece como bom mas antes como o centro da decadência. O cristianismo é uma religião de pobres, cansados, falhados e tolos.
   Eis um filósofo que desconfia dos filósofos. Para ele o Budismo é superior ao Cristianismo. Esta religião constata o sofrimento não o explica. Por isso é uma religião incompleta. Parece-me que nem sequer se trata de uma religião. É apenas uma filosofia piedosa. Mas voltemos a Nietzsche: continuam as diatribes contra o Cristianismo. O mal está no sacerdote e a moral do mundo coincide com a sua vontade. E em servir o seu poder. O pecado é definido pela escritura. Ele falsifica a história. A realidade deve ser tocada mas é errónea a forma como o autor encara a realidade sensível. Não admira que não goste dos Idealistas. A superficialidade está patente em toda a sua obra.
   O Cristianismo é uma realidade interior desfasada de todo e qualquer contacto com o mundo sensível. Há uma manifesta dicotomia entre a nossa época e os alvores do Cristianismo. O autor defende que a humanidade não deve ser anticristã unicamente por inconveniência. Nietzsche odeia e despreza o homem do seu tempo tão aviltantemente cristão embora ele mesmo reconheça as debilidades da religião.
   O Cristianismo falsifica a história de Israel e a igreja falsifica a história da humanidade. Os cristãos julgam os outros ao contrário do que propaga a sua sã doutrina e elogiam-se a si próprios. Pilatos passa por ser a figura mais insigne de todo o Novo Testamento ao fazer a pergunta idiota: «o que é a verdade?» Para o autor a fé é uma mentira e o Cristianismo inimigo da ciência. A ciência é pecado e o sacerdote reina graças à invenção do pecado. Nietzsche pensa que é indecoroso demonstrar a salvação pela fé.       

terça-feira, 12 de julho de 2016

NANA


   Eis a estória duma atriz mundana, banal mas suficientemente interessante para ser capaz de seduzir qualquer homem. A sua graça, a sua voluptuosidade e o seu charme conseguem derreter todos os corações.
   A «Vénus loura» é o acontecimento do ano. As pessoas acotovelam-se para comprar bilhete. Bordenave dá-lhes as boas-vindas ao que ele chama o seu bordel. Fauchery, o jornalista, e Hector estão ansiosos. Daguenet igualmente. A sala está cheia. Nos camarotes vislumbram-se os críticos e muita mais gente. Lucy também está lá com Caroline Hequet e sua mãe e Labordette. Mas Nana é a pessoa mais falada entre o público. Todos esperam a sua entrada em cena. Finalmente aparece no papel de Vénus. Subitamente a sala apupa aquela voz horrorosa e aquela falta de jeito. Mas Nana com uns truques baratos consegue fazer render o público que detesta a peça ao sair da sala aos tropeções para o primeiro intervalo. No segundo ato  a sala veio abaixo com gargalhadas e o sucesso foi tal que tudo foi permitido aos modos desajeitados de Nana. Era o intervalo para o último ato. À saída todas as pessoas íam satisfeitas. O crítico de lábios finos fazia o seu trabalho. Os cafés do boulevard enchem-se. De volta à sala Nana aparece nua e causa sensação geral. No final todos querem conhecer a atriz de quem já há tanto tempo ouviam falar.    
   Cada senhor tem um dia e uma hora para aparecer na casa de Nana. São eles quem a sustenta. É sempre um corropio na casa da atriz. Os credores também não lhe largam a porta. Mas Louis é o seu menino que ela tivera aos  dezasseis anos e que entregara a uma ama. Nana quer recuperar o menino da ama a quem tem de entregar trezentos francos. O petiz devia ficar a viver com a sua tia, a senhora Leurat. A senhora Tricon dá-lhe a possibilidade de conseguir os quinze luízes. Fauchery escrevera no «Fígaro» uma crónica elogiosa.
   A senhora Maloir esperava na sala. É a hora do almoço. Nana envia uma carta inflamada a Daguenet. Muitos senhores veem visitá-la mas ela ausentou-se pela escada de serviço para ver se conseguia o dinheiro. Eram o Steiner, o moreno, o marquês de Chouard, o conde de Muffat eu rapazito. Muitos outros também aparecem. A casa fica cheia de gente. As velhotas continuavam a jogar às cartas. Nana consegue quatrocentos francos. O marquês e o conde vinham num peditório para os pobres do bairro. Nana deu-lhes cinquenta francos. A campainha não parava de tocar. Zoe despacha as visitas a pedido da senhora. Mas Georges Hugon, o rapazito, continuava à espera. Nana, divertida, recebeu dele um ramo de flores. Labordette entrou. Francis, o cabeleireiro penteava a atriz. Nana entra em cena no Variedades às nove e meia.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O ESPIÃO DE D. JOÃO II


   Esta é a história de Pêro da Covilhã, o espião que o rei de Portugal enviou ao oriente indagar da possibilidade de se chegar à India por mar, um velho projeto lusitano. Competia-lhe igualmente coligir informações sobre os povos infiéis, o seu modo de vida, a sua civilização e saber em que medida esses nativos podiam auxiliar no maravilhoso empreendimento.  


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

ALEGRIA BREVE



   A aldeia despovoada perde-se no tempo. O homem enterra a sua mulher no quintal. A omnipresença dos sons da noite e as memórias passadas povoam-lhe os sentidos. A natureza impõe a sua deriva. O professor Faria, «a desgraça» que acontecera à sua mãe, recebeu na escola uma visita de um desconhecido. Querem fazer uma exploração mineira na aldeia. O padre Marques já sabe de tudo. A mudança nos hábitos dos aldeãos será enorme.
   Mas a mineração é um engano. A aldeia, que a principio evoluíra, vê desaparecer pouco a pouco a seiva que á a sua vida. Vão-se os mineiros, depois os jovens e finalmente os velhos. Já não há lugar para a família decrépita do professor. nem para as disputas filosóficas com o padre. Nem o erotismo com as mulheres uma pura celebração do corpo. Já não se vê ninguém nas ruas, os velhos que se arrastavam, as mulheres que eram a alegria daquele espaço agora sombrio e abandonado e as crianças que povoavam a escola e enchiam a aldeia com os seus chilreios de vida. A sua família colapsou. Os seus amigos ou morreram ou emigraram. As habitações são agora um descampado. O teto da igreja caiu. As silvas cobrem as ruas e ouvem-se os uivos dos animais mais repelentes.
   E o professor recorda tudo. Perdido. Um deus inútil no meio da desolação.   

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER


   Famoso romance de Milan Kundera, encerra em si uma questão filosófica. Como uma teoria ontológica se perscruta na realidade e se demonstra, ou não, a partir da vida de um grupo de pessoas e dos seus conflitos.