domingo, 22 de fevereiro de 2015

UM CASAMENTO DE SONHO

  Já estão dentro do avião. Leonardo parte para o Brasil para onde fugira a esposa de quem se separara. Com ele vai Rafael, um amigo cheio de remorsos.
   Recuamos ao ano de 1998 quando Rafael e Constança se vão casar. O tio Manuel e a tia Márcia são os pais da jovem. A sua mãe vê num obscuro título nobiliárquico uma hipótese de ascensão social. O marido passa a ser o conde de Arcas. Carlota é a irmã de Constança.
   Rafael tem um peso na consciência. Não contou ao amigo a conversa que ouvira entre Constança e sua mãe. A filha refere-se ao futuro marido como a um urso de peluche. Os amigos de Leonardo estão por demais ocupados com as suas caras-metades. Guilherme namora com a Ana e Miguel namora com a Patrícia. Aquela cena na discoteca, esquisita como foi fazia prever que as coisas podiam não correr muito bem. Rafael avança em direção a Carlota que lhe dá para trás. O fim do relacionamento da irmã de Constança dá algumas esperanças ao rapaz. Abrem-se as prendas e prepara-se o casório. Rafael beija Carlota. A avó Vomé controla. A prima Josefina e a criada Laiducha também estão presentes. O tio Luís tenta chamar a atenção.
   carlota ruma a Arcas e detém-se diante do mosteiro onde havia de casar a irmã. O edifício fora reconstruído pelo mesmo engenheiro que fez uns restauros lá em casa e recebeu acrescentos que o tornaram mais moderno.
   É o dia do casamento de Constança. Está muito calor. Todos transpiram. As senhoras abanam freneticamente os leques. Carlota sente insegurança na atitude da irmã. Rafael investe em Carlota. Esta faz-se cara e ele persiste nas suas intenções. O descaramento é total.
   Miguel e Guilherme casarão em breve. Rafael será o último livre. Mas é divorciado e isso não agrada à rapariga. Chega o momento das fotos. O dr. barreiros é efusivamente recebido pelo conde de Arcas. Os pais da noiva veem nele uma hipótese de ascensão social, nele que no passado se encontrara em apuros mas que os havia ultrapassado e havia fundado um poderoso banco de investimento. mas o interesse de Carlota é a publicidade mais ao jeito de Rafael. As comezainas animam todos.
   O assédio de Rafael é constante. Dançam. Desejam-se e acabam envolvidos possuindo-se um ao outro. Para sua desgraça são surpreendidos na casa de banho em pleno ato. D. Gertrudes e Adelaide aparecem lá para se aliviarem. Parece que não repararam no rapaz. Carlota insta-o a saltar para não ser visto. A esposa do dr, Barreiros fica escandalizada e aquilo não convém nada. O marido é adulado pois é um seguro de garantis para a família do conde. Não tardou que o escândalo chegasse à tenda. A tia Márcia considerou a filha uma porca. e os convivas cochichavam sobre o feito de Rafael embora o rapaz, bêbado como todos, dançasse com as inúmeras raparigas que estavam na pista sem se importar. Carlota estava furiosa. Leonardo apareceu seminu pedalando um triciclo. Inês Santana, uma das amigas da noiva, admirava o ato de Rafael. Constança também e permitiu que o jovem continuasse a frequentar a sua casa.
   É a passagem do ano em Arcas. Todos os amigos estão presentes. Carlota e Nuno levam também o filho, Manelinho. Rafael aparece com a sua nova namorada, Astrid. Carlota fica sempre avariada quando o vê. Constança também costuma ficar fascinada com aquele mulherengo. Mas tudo corre bem. A conversa à refeição é o progresso de Arcas, em boa medida impulsionado pela tia Márcia. O conde está orgulhoso da esposa. Mas Astrid parece não perceber nada da conversa.
   Patrícia tivera entretanto filhas, Mafalda e outras. Constança tinha a Ritinha e acabara de nascer Leonardinho. Rafael aparece lá em casa. Ana sempre o considerara um mulherengo irresponsável à imagem do seu pai e incapaz de manter uma relação amorosa por muito tempo. Ele tivera um caso com uma rapariga tão irresponsável como ele, a Titá, e desse relacionamento nascera Tomás. Mas Rafael não mudara nada. Agora na sala parecia estar a fazer olhos a Constança e esta a gostar disso. Os flirts com carlota e Vera parece que não importavam. Ana tivera com Guilherme três filhos: Lucas, Simão e Pedro. Patrícia tivera com Miguel duas filhas: Mafalda e Marta. Para Rafael começara a idade das chuchas, a maternidade tão acarinhada pelas duas amigas. A presença daquele elemento arrepia Ana que, apesar do sucesso profissional do rapaz, não desculpa o seu comportamento com as mulheres, as drogas e tudo o que o rodeia. Aquelas jovens não tinham por que se queixar em relação aos seus maridos, sempre atenciosos, bem sucedidos e que lhes proporcionavam uma vida boa com viagens fantásticas e prendas generosas. Mas Ana desaprovava a cumplicidade que por vezes parecia existir entre Rafael e Constança.
   O dr. Barreiros, banqueiro bem sucedido, não hesita em alinhar nas aventuras imobiliárias do dr. Terroso e da sua esposa Patrícia, do dr. Moncada, alegre publicitário, e do dr. Amaro e sua esposa Ana desde que estes negócios fossem abençoados por Leonardo, esse mago da economia. Os doutos casais queriam passar das suas moradias pequenas para casas maiores e mais caras. As mais-valias compensavam o risco do financiamento, pensava ele. O dr. Leonardo Pestana queria a balançar-se no negócio da restauração e pede um empréstimo ao banco do dr. Barreiros. Ao dr. Terroso este parece um projeto arriscado mas o estimável banqueiro passa por cima das suas advertências e patrocina o negócio de Leonardo.