segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

PÁTRIA

   Alegoria poética. Peça de teatro em verso. Crítica dos costumes e da corrupção nacional, não poupa ninguém nem a burguesia, nem a nobreza, o Rei ou mesmo o clero. Na verdade julga-se o «padralhame» o culpado da decadência nacional. Advoga uma ressurreição do país, um revigoramento pelos seus mais diletos filhos.
   Confia que a intelectualidade logrará alcançar o tónus moral de uma sociedade obscurantista e submetida. Assume-se mais como panfleto anticlerical mas não só. Crê-se que a república abrilhantará o Portugal futuro. Por alturas do ultimato de 1890  denuncia uma monarquia mole, sem princípios e afogada nas suas contradições. Retrata o colapso do Portugal oitocentista e assume uma atualidade que não podemos descartar.
   A capacidade dos escritores, poetas, artistas e mártires pelo seu sacrifício recuperará a velha glória perdida. Condena o narcisismo de muitos e a submissão ao dinheiro que oprime e subjuga. É possível, talvez, fazer um paralelo entre o Portugal do século XIX e o país que temos no dealbar do terceiro milénio.