quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O PRÍNCIPE




   Tendo em vista louvar as virtudes politicas de César Bórgia, esta obra não deixa de ser um hino às conveniências em politica. Um manual de procedimentos que qualquer politico que se preze deve seguir. Influenciou várias gerações de estadistas que adotaram os seus conselhos e puseram em prática as suas recomendações. Prudência, recato, virtude, coragem, astúcia, calculismo, obediência e força do estado eis os pontos cardeais que resumem a metodologia do aspirante a politico ou do politico maduro e experimentado que deseja manter e consolidar o seu poder. Apontam-se erros e exaltam-se  e são criticados reis e senhores que em consequência das suas ações degradaram o estado uns, e contribuíram para a sua grandeza, outros. Em todos os tempos os governantes que seguiram, mesmo de forma tácita, estes conselhos, mantiveram um poder constante ao longo de muitos anos ou conquistaram-no quando ainda o não tinham. De certeza que já o leram, ou intuiram as suas regras líderes como Putin, Trump, Scaueble, Durão barroso, Nicolas Maduro, o falecido Hugo Chavez, Mariano Rajoy e muitos mais.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O FIM DO HOMEM SOVIÉTICO



   A escritora debruça-se sobre o que os russos esperavam que lhes coubesse na nova esperança de uma nova Rússia. A ilusão e a desilusão. A segurança e a certeza convertidas numa noite fria e cinzenta de tristeza e de saudade. Da magnificência de outrora. Do respeito e do temor inspirado aos outros. Da rotina que aquecia os corações e tornava aquela miséria suportável. Era o desmoronar de uma era. Que trouxe angústia e medo. Medo do desconhecido. Medo de se ser livre. Ânsia ao descobrir que não se sabia o que fazer com a liberdade. Revolta por não se conseguir controlar os acontecimentos que se sucediam a um ritmo alucinante e por se pensar que afinal talvez fosse preferível a rotina e o conformismo de outrora. Sentimentos contraditórios de alivio e temor. Vontade de resistir a uma colonização intelectual que humilha e subjuga as mentes mais sagazes. Ser dominado por ideais estranhos, alheios à cultura pátria e estar satisfeito com isso. Ver proliferar as futilidades burguesas e pensar que o socialismo se calhar talvez fosse mesmo isso, permitir que as futilidades proliferassem em pensamento, costumes e o acesso a toda a sorte de bugigangas. Pensar que talvez se estivesse errado... ou talvez não... Como se estivéssemos perdidos no meio da neve num dia de inverno e já com as pernas a fraquejar. Andar às voltas, tergiversando. Gaguejar. Praguejar. Afinal é isso: a União Soviética acabou. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

MÓNICA



   Uma maravilha do Aquilino.
   Afonso Ruas, o lisboeta sortudo, diz a sua esposa que pretende comprar um prédio sito na avenida por considerar ser este de ótima construção e firme alvenaria. Carma, perdida nas lides domésticas, mal lhe presta atenção enquanto ponteia uma peúga de Mónica. As mudanças sucedem-se. è a vez de móveis e de toda a espécie de trastes. Domingos Alvarenga, seu amigo há já longa data, aconselha a que tudo seja comprado feito. Umbelina ainda é prima carnal de Carma mas é tida como criada e é assim que ela se comporta. Basílio ronda as suas saias e quer os seus favores. O filho do Alvarenga, Filipe, e sua esposa, Madalena recebem os Ruas em sua casa e é lá que eles se sentem bem. A gente que frequenta aquela casa compõe-se de indivíduos esclarecidos e bem relacionados, o género de pessoas que Afonso e Carma gostam de ter como amigos. Ricardo Tavarede, um dos convivas, convence Afonso a arranjar uma percetora estrangeira para Mónica. Está na hora da pequena ser preparada para ingressar na sociedade e até casar. Fraulein Rottenberg espanta Mónica e Umbelina quando aparece lá em casa.


quarta-feira, 5 de julho de 2017

YAKA


   É sempre bom reler este livro que fala do pulsar de Angola ao longo de várias gerações de pessoas e de famílias. Angola crescendo e adquirindo a madureza. Um país jovem já adulto. A radicalidade de se ser angolano.

domingo, 2 de abril de 2017

sábado, 21 de janeiro de 2017

O MAIO DE 68


   O maio de 68 foi uma teia complexa de acontecimentos muito mal conhecida na sua génese, fatores explicativos e consequências. Na verdade esse fenómeno não se resumiu a uma data histórica. Tratou-se, isso sim, de um conjunto de transformações sociológicas, geradoras de perplexidades, que se prolonga por pelo menos dez anos. A conclusão desse movimento de contracultura deixará primeiro a França, depois a Europa e o mundo irreconhecíveis pelas mudanças nas mentalidades, nos costumes e na politica. No seu final os seus líderes são integrados na elite governamental e prosseguirão a defesa dos seus ideais por outra via.
   Este livro destina-se assim a fornecer as indispensáveis ferramentas para a compreensão dum período muito estudado mas muitíssimo mal entendido.