quarta-feira, 16 de abril de 2014

UM AMOR FELIZ

 
   O artista- e que grande artista!- tivera uns casos fugazes com uma portuguesa mal amanhada e uma belgazita  a quem gozava a seu bel prazer. Mas nenhum se comparara com a paixão e lascívia que tivera com a Y. O marido da pediatra confidencia com a esposa do pediatra num colóquio de pediatria. Nem sabe porque o faz. O amor com a Y tinha então um mês.
   Um jantar oferecido por latino-americanos para agrupar os representantes das várias atividades sociais. A mãe da Vicky. O seu marido. Conhecera a Y. Seu retrato. Tem uma agradável conversa com ela. Faz o contraste entre a Y e a esposa do pediatra e discute com esta a fealdade dos seus poemas. Fica fixado nas suas nádegas e nos olhos da Y. Os lindos olhos, ora verdes ora azulados.
   A Y envia-lhe um bilhete pedindo-lhe que telefone. Na loja tenta arranjar moedas para o telefonema. Encontra-a. Fazem amor. Todos perplexos. O artista viaja pela esposa de vinte, vinte e dois e vinte e quatro anos. Evoca conquistas amorosas, lugares e situações. Elogio da Y. Seu corpo e sua personalidade. Os encontros no ateliê. Um incomodativo bilhete no para-brisas do automóvel exorta ao evitar de um escândalo. 
   O mestre recorda a sua mãe aos vinte e oito anos. A Ta. O padrasto. Lembra-se da infância. A Ta que fôra para o sanatório. Já adulto a viagem a Itália. Pensa na Y. Desassossegada nunca amara o seu marido. O xaile da Y. A Xô. Recordações de Roma. A casa do Alentejo da Y.
   A escritora fala-lhe do pai sem a desenvoltura com que o faz a Y. No bar. As mãos atrevem-se. Vai com a escritora e o seu marido ao parque Mayer. O canadiano vai com eles.
   O atelier na praça junto ao Tejo. O carro da Y estacionado. Ela sai de dentro e caminha sobre o paredão. Espreita-a pela janela. Outra mulher cruza-se com a Y. Esta bate à porta. Entra e pede-lhe de beber. Serve-lhe champagne. Pergunta pela amiga do artista, esposa do pediatra. Diz-lhe que doravante usará maillot. Lamenta não o ter conhecido mais cedo.
   Fazem amor. Conversam. Querem ir ver a escultura da praça. A Floripes quer dar uma palavrinha ao mestre. Diz-lhe que o acha muito debilitado e adverte-o de possíveis escândalos resultantes dos seus encontros com a Y.
   O artista sai pela marginal e abeira-se duma esplanada. Ao lado da sua mesa está outra vazia. Lá longe na praia vê a mulher do pediatra numa relação clandestina com um seu velho conhecido.
   Convites. Convém que ele e a Y compareçam de fato-de-banho. No atelier vende uma peça. O mestre acusa a Y de se querer esquivar dele. Propõe-lhe viverem juntos mas não sabe se a há-de pôr ao corrente dos papeis no para-brisas do carro.
   As histórias das mulheres do mestre. A Y outra vez no atelier.
   Na festa estão os aristocratazecos da politica e dos negócios. Toda a gente fala de banalidades junto á piscina. Algumas mulheres mais ousadas fazem topless. A informação 1 e 2.  
   Vana na beira da piscina. Vana, a artista. Conversa com a Vana. Na festa junto à piscina. Mulheres nuas. Aparecem a Y e o marido. Vana garante que guardará o segredo do mestre visto ter ela própria um segredo. A mãe do mestre está num lar. Vagueando por Lisboa. vai para o atelier. Recebe cartas, convites para exposições e uma revista de arte com um artigo sobre obras suas. Batem à porta É a Vana. Dialogam por breves minutos e por fim a Vana vai-se. Chega a Y. Traz uma camisa de noite. saem de carro. Param junto da quinta . Beijam-se. Dois vultos ao longe. Um deles  é a Vicky.
   Encontra o pediatra numa livraria. Vão beber um copo. Em conversa o mestre diz-lhe que tem um amigo que se encontra com a amante lá no atelier.
   A esposa vai fazer um eletrocardiograma.
   A esposa do mestre e suas tias.
   Em conversa recorda Itália com a esposa. Esta recusa dar-lhe pormenores sobre o eletrocardiograma que realizou. Conta que teve um furo no pneu do carro diante do marido da Y.  
   O encontro com o Niassa, um folgazão dos tempos de estudante. Um homem peculiar. Deambulam juntos. O amigo partilha as suas estórias. Finalmente separam-se. O mestre passa por casa para ver se tem correio e descobre entre os sobrescritos uns versos escritos pela esposa do pediatra. A ânsia da fuga. Os projetos de fuga não concretizados durante a infância. Outra vez a Ta. A nudez de Isolda, a costureira. À espera da Y. Na barbearia do Palminha. A Zu, a filha da Floripes. Procura a Y pelas estradas do Alentejo e do algarve, na fábrica do marido e na casa dos curiosos ameríndios.
   Conversa do mestre com a esposa. As viagens. A evocação da Y. A sessão de televisão em casa. No telejornal aparece uma notícia sobre um escândalo de corrupção financeira protagonizado poe diplomatas e estrangeiros. Um telefonema de Londres. É a Y. A Zu saboreia um gelado. O mestre salva-a dos gambozinos. Suja o vestido com o saboroso pitéu. O mestre ajuda-a. Combina posar para ele. O mestre tem a mãe num lar, vai lá visita-la e encontra aVana que tinha ido ver a sogra.
   A Zu posa para o mestre. Serve-se de comidas e bebidas no atelier. Mas os desenhos do mestre não saem nada bem. Combinam retomar a sessão mais tarde. Ele vai a casa ver se tem correio. A sua esposa dá-lhe a notícia de alguém lhe ter telefonado de Londres. É a Y. Uma pessoa escrevera-lhe. Essa pessoa quererá falar-lhe pois morreu o Niassa. Era a Laurentina, velha conhecida sua, meia-irmã do Niassa. Quando o mestre a procurou em casa esta disse que o irmão tinha um quadro para ele. Mas um terrível incêndio acontece então na moradia. A informação 2 aparece. Os bombeiros também. O mestre espera o telefonema da Y. A Zu posa outra vez semi-nua no atelier. Conta-lhe que posa para o médico da filha durante as consultas. A Y já está em Lisboa.
   Aparece no atelier. Está nervosa e por vezes exalta-se. Parece preocupada. O mestre tenta compreender. Combinam encontrar-se novamente. À saída a Y é seguida por um carro e fica intrigada. Volta para trás. A Floripes vê a Y à entrada do atelier.  
   A menina Isolda, a costureira, nua para o mestre.
   A Vana aparece nas imediações do atelier e fala com ele. Volta a aparecer o papelucho no para-brisas do carro. Ela chama a atenção do mestre para uma critica a obras suas que vem no jornal mas ele só repara no escândalo que lá vem relatado envolvendo empresários e diplomatas estrangeiros e onde o protagonista principal é o marido da Y. A festa em casa dos ameríndios está sinistra e já não é o que era noutros tempos.
   A Zu comparece no atelier. O mestre confronta-a com os papeluchos e acusa-a de os ter escrito. Ela confirma.
   A esposa do mestre está muito nervosa com as suspeitas que pendem sobre o colega acusado de ter mantido sexo com uma rapariga. O médico terá dito que o mestre lhe passou a rapariga depois de a abusar e pressiona-a no sentido de obter os seus préstimos. Ela sente-se indisposta e recorre aos serviços de urgência do hospital.
   A Y escreve outra vez. Reencontro ou despedida?