quinta-feira, 18 de setembro de 2014

AGOSTINHO DA SILVA


   Nasceu em 1906 no Porto aquele que viria a ser um dos maiores intelectuais e pedagogos do século XX português. Formou-se em filologia clássica em 1928 com vinte valores e doutorou-se no ano seguinte. Era uma pessoa irrequieta sempre com projetos na manga.
   Publicou várias notas e estudos com o intuito de instruir e promover a cultura. Colaborou na «Renascença Portuguesa» e na «Seara Nova» revelando um caráter inconformado e maduro. Como bolseiro protagonizou várias iniciativas. Escreveu trabalhos para a imprensa da universidade de Coimbra e partiu para Paris em 1932 para fazer investigação na área da literatura francesa moderna. Regressou em 1937 e lecionou no ensino particular. Foi o centro de inúmeras polémicas intelectuais e desafiou e argumentou contra os mais variados vultos da época. Continuou a colaborar na «Seara» até 1937. Escreveu biografias almejando sempre o instruir e educar. Foram da sua autoria «os cadernos» nos quais explana temas ligados à ciência, literatura, vidas de pessoas ilustres, correntes filosóficas entre outros.
   O seu ideário de educação está virado para o futuro. É considerado um visionário, um louco pelo arrojo das suas propostas. Defende uma educação integral, prática que não se atenha à produção de cérebros cúbicos e acomodados. Esteve no Brasil de 1944 a 1969 onde ficou ligado à fundação de universidades e institutos que tinham como fito, na sua maior parte, o estudo das ligações transatlânticas e das culturas africanas e orientais. Procurou estabelecer laços com as então colónias portuguesas contra o governo que na altura estava no poder em Portugal. Desiludiu-se rapidamente com a evolução dos acontecimentos e regressou a Portugal. Continuou a escrever e a publicar.
   Mas a marca caraterística do filósofo foi a afirmação da superioridade da cultura lusa e a sua preocupação com o futuro no quinto império que traria a prosperidade e a grandeza à alma lusitana. Nesse mundo vindouro se instituiria o culto futuro do Espirito Santo em moldes milenaristas.
   Agraciado pelo seu contributo às artes e às letras desapareceu deste mundo corria o ano de 1994.