quinta-feira, 9 de maio de 2013

FRANCO

   A autora ressalva o facto de não apreciar o biografado e garante que essa antipatia não interferiu com a necessária objetividade histórica. O general Franco foi uma personalidade controversa que ainda hoje suscita acesa polémica e inflama o sarcasmo e os impropérios dos seus opositores.
   Parece que era uma pessoa pouco culta e de poucos estudos. Apenas terá escrito uma obra mas mesmo essa de fraca qualidade literária. Mas onde esta figura proeminente mais se destacou foi no campo das armas. Era um militar brilhante e que soube ao mesmo tempo tirar partido do serviço em Marrocos para cingrar na carreira das armas. Foi igualmente o mais novo oficial do exército espanhol.
   Era monárquico. Desconfiava da democracia parlamentar e apadrinhou o regime corporativo. Submeteu os sindicatos e perseguiu os opositores politicos.
   É dificil não compreender de certa maneira o seu papel na guerra civil de Espanha na qual foi o principal protagonista. Ninguém sabe para onde caminharia a Espanha inundada por uma maré de separatismos se a República saísse vencedora desse conflito mas tardou em perceber que a democracia seria o futuro da Europa em geral e da Espanha em particular.
   Auto-proclama-se «regente vitalício» e è nessa qualidade que em 1958 dá posse a um governo tecnocrata influenciado pela Opus Dei que viria a lançar com muita oportunidade o país na modernidade económica numa altura em que dava os primeiros passos o embrião da unidade europeia
   Como senhor absoluto de Espanha conduziu, voluntáriamente ou empurrado, a nação espanhola para uma transição pacífica e, após muitas hesitações, já moribundo entregou o poder a D. Juan Carlos I, Bourbon, o legitimo representante da dinastia que tradicionalmente governava o país.
    Faleceu em 1975. Foi Senhor até ao fim. Só a velhice e o inelutável fim da vida o afastaram do poder.
   É dificil pronunciarmo-nos sobre alguém tão complexo. Os seus detratores acusam-no de ser um sanguinário sem escrúpulos e responsável pela morte de milhares de espanhois. Outros vêem nele a figura que garantiu a unidade de Espanha e o fim do perigo da sovietização do país que uma vitória da república de comunistas, anarco-sindicalistas e outros radicais acarretaria.