Os factos do passado são irrepetíveis? Ou devemos aprender e tirar lições com ele? O século XX está cheio de acontecimentos dolorosos, trágicos ou de um singular triunfalismo. Cometemos erros ao ignorarmos as singularidades do século XX. Devemos estuda-lo e compreende-lo.
No século XIX e antes o nosso passado era unívoco. Hoje, fruto da revolução informacional, o nosso presente é pautado por uma multiplicidade de gostos, interesses e preferências. A guerra, muitas vezes civil, foi uma das principais caraterísticas do século XX. A outra foi a ascensão e o colapso do Estado. Este adquirira então capacidades inauditas. O estado-providência resultou então de um vasto consenso interpartidário. Foi assim que foi possivel a existência de fenómenos como o capitalismo consumista com crescentes níveis de bem-estar e a aposta erm politicas de fomento que caraterizaram por exemplo o New Deal nos E.U.A.
O sucesso do estado-providência enquanto potenciador de bem-estar levou a que os cidadãos dessem por adquiridas todas as conquistas que este possibilitou e vissem nos poderes públicos um estorvo à realização individual e à eficiência da gestão tal como esta passou a ser entendida. Outro facto relevante foi o esbatimento da dicotomia esquerda/direita desacreditada pelas narrativas então vigentes. O perigo no entanto consiste em as políticas públicas serem ditadas por realidades económicas alheias ao funcionamento das democracias. Aqui os intelectuais jogam um papel fundamental.
Estas proeminentes figuras encorajavam, tanto à esquerda como à direita, a violência sobre os seus concidadãos. Mas na Europa entre as duas guerras os intelectuais fascistas possuíam uma inegável qualidade. Pessoas como Ernst Jüng, Pierre Drieu de La Rochelle, Louis Ferdinand Céline, Miecea Eliade e Henri de Man suplantavam André Malraux, John Dewey ou mesmo George Orwell. Mas o marxismo foi uma referência ao longo do século XX e a sua superação deixou algumas feridas. Do totalitarismo marxista passamos depois de 1989 para uma deriva ideológica de sinal contrário igualmente perigosa. Apenas teremos substituido uma utopia por outra. E depois há o fenómeno do extremismo.
Sob a capa do terrorismo encontramos realidades que exprimem diversos objetivos e motivações diferentes. O terrorismo é de facto a principal preocupação do pós-guerra e alastrou-se e intensificou-se. A guerra ao terror deve refletir estes problemas essenciais.
Voltamos ao início: a história repete-se? Nas suas linhas de força? Ou as realidades que vivemos hoje são inteiramente novas? Devemos pensar o nosso tempo e o devir com a lucidez que se impõe.
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