O Louvadeus regressa do Brasil e toma conhecimento do projeto do governo relativamente à serra. Esse projeto prevê plantios, arroteamentos e várias obras que na opinião dos aldeãos vão descaraterizar a serra. As novidades que o recém-chegado tráz de lá são muitas mas logo ficam obnubiladas por causa da apreensão causada pelos novos alvores de um alegado progresso que virá alterar a pacatez da vida na serra. Na reunião da câmara levantam-se vozes discordantes que não se deixam convencer pelos argumentos dos representantes das autoridades de Lisboa apesar das suas promessas de fartura e de lucros avultados para todos. Jaime Louvadeus encontra a irmã na treta com um mariola e despacha-a da sua presença. O Manuel quer construir uma casa encostada ao penedo mas Filomena discorda.
O Engº Fontalva vai à Rochambana encontrar-se com o Louvadeus tentando ganhá-lo para a causa do governo. Mas a velha raposa mostra-se reticente e ainda mais desconfiado se torna perante a proposta de compra daquele quintalejo que tem na serra. Prevêem-se severos desacatos e desordens quando as máquinas avançarem para levar a cabo os intentos do Estado. Mas entre os aldeãos há diferenças que o Fontalva e os seus tentam explorar a seu favor. Mas a moçoila que o conduziu à conversa com aquele terratenente culto e viajado ficou-lhe na mente.
Quando se iniciaram as obras, e diante da maquinaria e dos engenheiros de Lisboa, as aldeias serranas compareceram em peso. Os aldeãos apresentaram-se munidos de armas de fogo e de varapaus e houve troca de tiros. No meio da altercação que se gerou e do burburinho, o engenheiro resultou ferido. As contemporizações com os serranos não haviam resultado. A GNR quis intervir mas houve um último apelo ao bom senso que também não surtiu efeito. O resultado viu-se nos dias seguintes: uma onda de prisões e o aparente silenciar das pretensões do povoléu.
Nesse processo, do lado do governo, aparentemente só César Fontalva, engenheiro silvicultor. parecia de alguma forma entender as razões dos aldeãos. Mas a mão da justiça foi pesada ou não fosse um tribunal plenário no Porto o motivo de tanto temor e indignação. Entre os sentenciados Manuel Louvadeus foi um dos mais penalizados. Seu pai Teotónio jurara vingança contra o Lêndeas cujo testemunho no seu entender colocou o filho na prisão. Entretanto, como cumprira a pena e evidenciara bom comportamento, este, após um longo martírio, é colocado em liberdade de que logo se aproveita para regressar ao Brasil. Entretanto, o cão, o farrusco, aparece morto. O Lêndeas, ou seja Bruno Barnabé, anda a catrapiscar e desinquietar a Georgina depois de ter feito o mesmo à mãe. Mas Teotónio com a cumplicidade do neto vai matar e enterrar o Lêndeas cumprindo assim parte do desejo de vingança que lhe corroía os ossos. Depois de algumas peripécias este Lêndeas passou à história. Mas, ainda movido por maus fígados, Teotónio incendeia todo o perímetro da mata e até mais além. Um imenso temporal abate-se sobre as aldeias e um riacho inundado devolve um irreconhecível esqueleto que um casal de lobos focinha e acaba por desmanchar. Os lobos enternecem em uivos estridentes.
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